Página Inicial Glossário Spoofing

Exemplo de falsificação

O spoofing se refere à transmissão deliberada de sinais falsos para enganar os receptores do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS). Ao contrário do jamming, que bloqueia completamente os sinais GNSS, o spoofing induz o receptor a calcular uma solução falsa de posição, velocidade ou tempo (PVT). Essa prática enganosa pode causar sérias consequências na aviação, navegação marítima, veículos autônomos, operações militares e infraestruturas críticas.

Spoofers geram e transmitem sinais GNSS falsos que se assemelham muito aos sinais de satélite reais. Esses sinais são frequentemente mais fortes do que os autênticos, permitindo que o receptor falsificado se conecte aos dados falsos. O invasor gradualmente sobrecarrega os sinais GNSS legítimos e muda a posição ou o tempo calculado, às vezes sem que o receptor detecte a mudança.

Para realizar um ataque de spoofing bem-sucedido, o adversário deve sincronizar com dados de satélite reais, replicar a estrutura do sinal e, em seguida, manipulá-lo de forma que pareça perfeita para o sistema de destino. Spoofers avançados usam geradores de sinal sofisticados capazes de imitar constelações de satélite inteiras.

Técnicas de Detecção

Vários métodos ajudam a detectar spoofing de GNSS:

  • Análise da intensidade do sinal: Sinais falsificados geralmente exibem níveis de potência anormais ou aumentos repentinos.
  • Inconsistências no tempo de chegada: Os receptores podem identificar discrepâncias nos tempos de chegada dos sinais de satélite.
  • Detecção de ângulo de chegada (AOA): Os arranjos de antenas detectam direções de sinal incomuns, revelando fontes falsas.
  • Monitoramento multi-constelação e multi-frequência: Comparar vários sistemas GNSS (GPS, Galileo, GLONASS) ajuda a identificar irregularidades.
  • Integração do Sistema de Navegação Inercial (INS): O INS fornece atualizações de posição independentes do GNSS, servindo como uma verificação cruzada contra dados falsificados.

Contramedidas de spoofing

Para combater o spoofing, os projetistas de sistemas implementam abordagens baseadas em hardware e software:

1 – Sinais GNSS criptográficos: Sistemas GNSS modernizados como o Galileo (com OSNMA) e o GPS (com M-code) oferecem sinais autenticados, embora nem todos os receptores civis os suportem ainda.

2 – Melhorias no design do receptor: Algoritmos anti-spoofing comparam parâmetros de sinal, tempo e direção para filtrar entradas maliciosas.

3 – Fusão de sensores: Combinar GNSS com sensores inerciais, barômetros, magnetômetros e odometria visual torna o spoofing menos eficaz, pois a solução de navegação não depende mais apenas de sinais de satélite.

Os sistemas de nível militar normalmente incorporam esses recursos, mas eles estão se tornando mais comuns em aplicações comerciais, como drones autônomos e transporte marítimo. Os sistemas podem ser usados para mitigar spoofing, meaconing ou jamming.

À medida que os sistemas de navegação se tornam cada vez mais autônomos e dependentes de sinais de satélite, o risco de spoofing aumenta. Setores emergentes como carros autônomos, veículos aéreos não tripulados (UAVs) e mobilidade aérea urbana exigem dados de navegação confiáveis. Governos e indústrias devem adotar arquiteturas de navegação resilientes que integrem verificação de múltiplas fontes, fusão de sensores robusta e dados de posicionamento criptografados.

Em conclusão, o spoofing representa uma ameaça silenciosa e enganosa que pode alterar os dados de navegação de um sistema sem levantar alarmes. Ao entender como ele opera, detectar sua presença e implementar contramedidas robustas, engenheiros e operadores podem proteger os sistemas de navegação e manter a confiança nas tecnologias globais de mobilidade e posicionamento.

Prepare-se para interrupções de GNSS